Conheça um pouco mais da trajetória e dos anseios dessa economista referência em fintechs de pagamentos instantâneos
Economista de formação, com mais de uma década de experiência no ecossistema de fintechs e uma trajetória que inclui a cofundação de uma startup brasileira e a liderança de operações em empresas internacionais, Eginara Nery ocupa hoje o cargo de COO de uma empresa americana de pagamentos. Referência em soluções de pagamento cross-border e especialista em operações globais, ela fala sobre carreira, inovação e representatividade feminina no universo das finanças digitais.
Você pode contar um pouco sobre a sua trajetória até aqui?
Comecei como economista, apaixonada por números e previsões, e encontrei nas fintechs um ambiente onde esses elementos são fundamentais. Um dos momentos mais marcantes da minha carreira foi quando me mudei para o Uruguai para liderar sete equipes em uma grande fintech.
Depois, vivi o desafio de cofundar uma startup no Brasil — experiência que me ensinou muito sobre planejamento, execução e resiliência. Mais tarde, me mudei para o Canadá, onde concluí uma pós-graduação em Gestão de Empresas durante a pandemia, conciliando as barreiras do idioma com uma grande diversidade cultural. Foi transformador.
Como você define sua área de atuação hoje?
Sou uma profissional focada em operações e soluções de pagamento cross-border, especialmente com uso de tecnologias emergentes como stablecoins e métodos de pagamento instantâneo. Trabalho com equipes multiculturais para desenvolver produtos eficientes, escaláveis e seguros, que permitam transações financeiras entre países com agilidade e conformidade regulatória.

O que diferencia o sistema financeiro brasileiro no cenário global?
A tecnologia bancária no Brasil está entre as mais avançadas do mundo. Isso e o fato de termos mais de 200 milhões de habitantes nos obriga a inovar o tempo todo. Por isso, as soluções criadas aqui costumam ser altamente escaláveis e seguras, preparadas para um mercado exigente e muito competitivo. Quando levamos essa expertise para fora, conseguimos propor soluções realmente disruptivas.
Quais foram os maiores desafios como mulher em cargos de liderança?
O principal desafio foi ter minha opinião considerada em mesas onde, muitas vezes, eu era a única mulher. Precisei aprender a impor minhas ideias e ocupar o espaço com segurança — sem perder a gentileza, mas sem permitir que confundam isso com fraqueza. É uma construção diária.
Você acredita que sua presença pode inspirar outras mulheres a atuarem nesse mercado?
Com certeza. É muito importante que mais mulheres estejam à frente das decisões nas áreas de tecnologia e finanças. A diversidade traz novas visões, melhora os processos e gera melhores resultados. Ser uma referência nesse sentido é algo que levo com muita seriedade.
Quais conquistas da sua carreira você destacaria?
Conseguir estruturar sistemas de operações que permitiram processar até US$ 1 bilhão por dia com times muito enxutos e taxas mínimas de erro. Também desenvolvi soluções que integram coleta de dinheiro, conversão para stablecoin e entrega em moeda local em outro país — tudo em menos de uma hora. São soluções que impactam diretamente a vida das pessoas.
E quais são os seus planos para os próximos anos?
Quero seguir desenvolvendo produtos de pagamento ágeis e globais, conectando especialmente a América Latina aos Estados Unidos, com foco em inovação, segurança regulatória e impacto positivo para os países envolvidos. Também me interessa muito continuar formando equipes diversas, preparadas para o futuro do setor.